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A SOMA DE TODOS OS MALES


Você já passou por isso?

Será que este Consultor sabe tudo sobre Marketing Digital? Será que não estamos contratando um “desatualizado”? Seria ele a versão final? Afinal ele foi bem recomendado….


E o Consultor de RH, será que ele sabe o que esta fazendo? Meu chefe vai aprovar o investimento que estamos realizando? A melhoria no relacionamento da equipe irá trazer os resultados que queremos?


Muitas dúvidas como estas passam nas mentes dos administradores modernos… da mesma forma que passaram nas mentes do administradores antigos quando, estes, antigos não eram…


Lembro-me de ser um estagiário técnico em mecânica em uma indústria multinacional alemã e produzíamos equipamentos pesados. Naquela época um técnico de nivel médio era tão valioso quanto um engenheiro da Poli um dia já foi neste mesmo país…


Meu Diretor Suiço cismou que eu, então um homem com 21 anos de idade, responsável pela definição dos processos mecânicos de uma linha inteira de fabricação, precisava da supervisão de um gerente alemão recém contratado…


Aceitei, afinal eu mal me comunicava em inglês, quanto mais em alemão… não seria páreo para o gringo. Iniciamos nossa jornada juntos e logo nos desentendemos em alguns pontos de vista…


Bom, claro que isso foi uma tremenda burrada da minha parte, onde já se viu um mero garoto “tupiniquim” discutir com um especialista europeu com a idade para ser seu pai.

Recebi do meu novo gerente a gigantesca tarefa de cronometrar todos os processos da área de Caldeiraria, estabelecer padrões e definir tabelas de tempos previstos de fabricação.


Era trabalho para mais de 2 anos seguidos e já no terceiro mês percebi que seria uma tarefa que nada ou muito pouco acrescentaria à necessária melhoria de produtividade do setor…


Eu tinha convicção que precisávamos atuar no planejamento de entregas de matéria prima se quiséssemos alguma melhoria. Os operadores passavam mais de 30% de seu tempo parados por falta de material…


Não sei se pela minha forma da falar ou se pela rigidez do sistema de gestão da época, óbvio, não fui ouvido, pelo contrário: fui advertido para fazer o meu trabalho e pronto.


Já naquela época isso me alertou para a necessidade de “OLHAR EM VOLTA”, tirar o foco do problema e focar na solução. Ainda de quebra me alertou para a necessidade de efetivamente DEFINIR O PROBLEMA… coisas raras naquela época e hoje também, mas isso é assunto para outra ocasião.


Muitos outros exemplos vivenciados e muitos casos ouvidos depois, encontrei estas duas palavras: VISÃO HOLÍSTICA.


Derivado da palavra grega holos, o termo HOLÍSTICO tem sido usado como sinônimo da visão sistêmica empregada em qualquer situação onde O TODO DE QUALQUER SISTEMA É QUE DEFINE E DELIMITA A ATUAÇÃO DE SUAS PARTES.


Formado no ambiente industrial, discípulo de Frederick Winslow Taylor, treinado e qualificado pela REFA (Reichsausschuß für Arbeitszeitermittlung), habituado a utilizar uma visão reducionista dos problemas, eis que descobri a necessidade e as vantagens de após dividir, analisar e qualificar os problemas, tratar de adequar e juntar as partes de forma coerente e natural, eficiente e eficazmente.


Aliás descobri mais, descobri, após ler Holism and Evolution de General J. C. Smuts, que a natureza, em toda sua grandeza, não apenas junta as partes como por sua própria evolução, obtém um todo muito mais efetivo do que a simples soma de suas partes.


Para os administradores modernos e antigos, a VISÃO HOLÍSTICA dos empreendimentos pode eliminar as dúvidas levantadas no inicio deste texto. Qualquer especialista ou consultor contratado irá atuar numa das partes da organização, mas as demais partes

devem estar integradas às estas mudanças contratadas.


Até porque não basta atuar em apenas um dos “males” de sua empresa, é necessário definir corretamente os vários males que resultam em baixa produtividade, fracos resultados e pouco ou nenhum lucro.


Aliás, LUCRO, segundo a nossa visão holística, não é o objetivo da uma empresa mas sim o resultado e consequência de todos os processos e sistemas nela atuantes.


Quanto ao meu trabalho de cronometragem desenvolvido, ficou lindo. Tecnicamente impecável e perfeito. Porém devido ao custo total de fabricação, incluído nisso o desperdício de tempos parados por falta de matéria prima, a fábrica fechou.

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