Como dizia a minha sabia e saudosa avó: não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe. Entendemos e aceitamos isso como uma lei natural da vida. A mudança é uma constante para tudo que pertence ao nosso universo.
E de repente chega a Páscoa. Símbolo da mudança de estado do cristo. A data mais importante do calendário cristão, pois é a data em que “comemoramos” a execução do cristo na cruz e a sua ressurreição dias depois numa tumba de pedra.
Como somos todos cristãos, pelo menos até onde a vista alcança e além daquele ponto, amolecemos o coração e nos metemos até a visitar a igreja, desejar o bem de todos, dar esmolas no semáforo e coisas do tipo.
É pascoa, tempo de mandar mensagens de esperança para as pessoas próximas e para as pessoas que não falamos nunca, da mesma forma, sem distinção.
Tempo de ovos de Páscoa feitos de chocolate. Tempo de não comer carne na sexta-feira santa, mas peixe pode, como se peixes dessem em árvores, tempo de coelhos fofinhos, de cruzes com ramos de planta, de mãos espalmadas para o céu, de lavar os pés de mendigos e de malhar o judas de pano no poste da Eletropaulo.
Tempo doido esse. Você consegue explicar para o seu filho de cinco anos porque os coelhos de pascoa botam ovos de chocolate?
Se analisarmos a maioria das mensagens recebidas perceberemos que o renascimento de cristo chamou bem a atenção do povo. Falam de renascimento, ressurreição e mudanças. Mensagens que puxam para as necessárias mudanças que derivam do renascimento.
Mas não seria ao contrário? Não deveria ser uma mensagem de, apesar da morte, como cristo, nós também não morremos? Continuaremos vivos, talvez até com os mesmos problemas mundanos, em outras paragens que não aqui na terra.
A mensagem não é de mudança, mas sim de continuidade. A morte é só um detalhe. Uma porta pela qual todos passaremos. Nossos problemas continuarão conosco. Dessa parte eu não gostei, óbvio...
Em tempo de pandemia e grandes dificuldades, o que esta mensagem nos diz? Que apesar do mercado fechado, do impedimento de trabalhar, das restrições de ir e vir, das imensas dúvidas que nos bombardeiam diariamente pelos meios de comunicação e desinformação, precisamos ter resiliência e continuar.
A condição atual de qualquer coisa não será a condição de qualquer coisa num futuro próximo. Portanto deveríamos utilizar menos o verbo ser e mais o verbo estar. Estamos vivendo um tempo muito estranho.
Estamos separados socialmente e bovinamente desconfiados que o “próximo” nos passará um vírus mortal. Como pode haver uma páscoa assim? Não se pode viver com medo permanente de morrer. São coisas incongruentes. Cristo não tinha medo dos romanos e, nós cristãos temos medo do invisível?
O que tudo isso tem a ver com empresas e marketing? Somente tudo.
O mercado está recessivo, o consumo caiu, os clientes sumiram. Qual é a saída? Obvio. Hora de investir em melhoria da reputação. Campanhas publicitárias, propagandas, contatar e se relacionar com seus clientes.
Se com propagandas as vendas estão baixas, imagine se a sua empresa se esconder embaixo de um monte de pedras. Como dizia o grande Abelardo Barbosa, o Chacrinha: Quem não se comunica se estrumbica.
Agora é a hora de sermos resilientes, de acreditar e continuar em frente.
Esta talvez seja a verdadeira mensagem da Páscoa. Que apesar das dificuldades continuaremos em frente, cumprindo nossos objetivos sociais.
Não existe uma receita perfeita ou alternativas fáceis neste tipo de decisão. É preciso haver coerência entre as estratégias de marketing da empresa, a forma como ela se posiciona no mercado e como atende seus clientes.
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